Na hora de tentar libertar um cão de uma armadilha, extrair um espinho do dedo de uma criança ou salvar de um afogamento alguém que não sabe nadar, o único obstáculo fatal talvez seja a desconfiança deles. Pedimos que confiem em nós desafiando seus sentidos, sua imaginação e sua inteligência. Estamos pedindo que creiam que o que é doloroso aliviará seu sofrimento e o que parece perigoso, é sua única salvação.
Pedimos que aceitem aparentes impossibilidades: que mover a pata de volta para uma armadilha é a única maneira de sair, que machucar mais o dedo acabará com a dor, que a água resistirá e suportará o corpo. Para explicar todas essas incredulidades, podemos contar apenas com a confiança do outro em nós, uma confiança sem fundamentos aparentes, claramente prejudicada pela emoção.
Às vezes, por causa da incredulidade, não conseguimos grande coisa. Mas, se tivermos sucesso, será porque confiaram em nós contra todas as evidências. Ora, nos momentos difíceis da vida precisamos acreditar que, para DEUS, nós somos o que o cão, a criança e o banhista foram para nós, mas em grau muito maior.
(C. S. Lewis, em “CRISTIANISMO PURO E SIMPLES”)
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