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quarta-feira, 30 de março de 2011

A BENÇÃO DO OUVIR
Suspeito que a diferença entre uma pessoa experiente na oração e outra com menos experiência é a quantidade de tempo que passam falando em vez de escutando. No passado, eu ficava preocupado com a admoestação de Paulo: “Orem sem cessar”. Hoje acho que isso é possível somente para aqueles que tiveram experiência significativa na oração de maneira que transformaram a oração de escuta na parte maior de sua oração. Aqueles cujas orações são
monólogos intermináveis fazem de si mesmos uma boca gigante e de Deus, um ouvido pequeno. As melhores orações são diálogos de íntima comunhão. A comunhão íntima considera tão preciosa a união que não quer fazer da oração dois módulos — um de falar e outro de escutar.
Os casais de namorados podem ficar sentados num amplo trecho da praia e ficar tão hipnotizados pelas ondas e pelo céu que qualquer conversa banalizaria sua união, em vez de aumentá-la. A comunhão íntima também implica diálogo, permanecer juntos em silêncio pode ser mais diálogo que um bate-papo.
A centralização é o ponto da comunhão mais íntima entre Deus e seus filhos necessitados. Esse diálogo continua sempre e, quando nenhuma das duas partes fala, ambas se fundem num módulo poderoso de escuta. É quando nosso diálogo sem palavras atinge o ápice. Nessa condição, passamos por todas as tarefas e pelo lazer do nosso dia com a sensação de tudo em ordem. É então que nossa vida firme de oração santifica o mundo em que somos peregrinos.
Aproximar-se do epicentro do poder faz os prudentes se calarem.. Isso é bom. Por quê? Porque a escuta faz parte da centralização. A onisciência de Deus nos informa que não sabemos o suficiente e falamos demais. Como é sábio o antigo provérbio que diz que Deus nos deu dois ouvidos e uma só boca para escutarmos duas vezes mais do que falamos.
A oração, em seu aspecto mais elevado, é o encontro entre um Deus santo com um filho que tem fome de santidade. Um filho que anseia por valores puros diante do Deus que satisfaz em primeiro lugar o discípulo faminto.
(Calvin Miller, em “NAS PROFUNDEZAS DE DEUS”)

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