CONFIANÇA CONTAMINADA
Deus instruiu Moisés: “Envia homens que espiem a terra de Canaã, que Eu hei de dar aos filhos de Israel” (Nm 13:1).
A equipe de reconhecimento passa 40 dias fazendo uma investigação às escondidas. E voltam para o acampamento trazendo notícias boas e notícias e notícias ruins: É uma terra onde emana leite e mel, mas um grupo de bandoleiros que se chamam anaquins dão as cartas em toda a região. São enormes – tão grandes que a equipe de reconhecimento sentiu-se como um bando de gafanhotos.
O destemido Calebe levanta a voz e diz: “Vamos expulsá-los e tomar o território!” Seus colegas protestaram: “De jeito nenhum! Eles vão acabar coma gente.” A comunidade israelita vacila e então começam o choro e alamentação.
Eles crêem em Deus. Têm fé em Javé e mesmo assim – com medo dos anaquins abandonam a esperança na Sua promessa. Exetuando Moisés, Arão e Calebe, a desesperança contamina o povo escolhido. Ao se confrontar com o exércitos mais fortes, eles permitem que a confiança na orientação e na proteção de Javé caia por terra. Mas a fé em Deus sem esperança nas Suas promessas é uma confiança contaminada.
Como conhecemos bem o dilema dos Israelitas! O que prevalece é a indecisão e incerteza. Aumenta a necessidade de garantia tangível da fidelidade de Deus. Queremos mais provas convincentes da presença divina ininterrupta. Quando essas coisas não estão a nossa disposição, decidimos assumir o controle. Nossa única paixão é a segurança. Numa vida espiritual cheia de ambigüidades, não podemos nos dar o luxo de cometer erros. A disposição para crer no invisível afunda num mar de dúvidas que nos atormentam. Precisamos de clareza absoluta antes de seguir na caminho da confiança.
Não entendemos que clareza, segurança e provas não podem gerar confiança, nem sustentá-la, nem prover sua existência.
Edward Farrel (autor do livro Oração é Avidez) defende que um dos maiores obstáculos para a confiança é a amnésia. Todos corremos o risco de nos esquecer da fidelidade de Deus no passado e adiemos o que Jesus pede que façamos hoje: que, a semelhança de crianças, nos entreguemos num ato de confiança.
(Brennam Manning, em “CONFIANÇA CEGA”)
Nenhum comentário:
Postar um comentário