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segunda-feira, 9 de maio de 2011

A COLHEITA
O homem humilde se surpreende com as muitas coisas boas que vê a sua volta, em vez de escandalizar-se com as coisas que não pode julgar. Ele é grato por suas realizações, mas não se desanima por causa dos fracassos, faz bom uso dos seus dons e logo admite os seus erros. Mantém-se de bom humor apesar da instabilidade e não se deixa abater por causa de seus defeitos de caráter. Sua confiança humilde no amor de Deus e sua fascinação diante da glória de Javé formam uma barreira de espinhos que o impede de ensimesmar-se e o liberta para voltar o olhar para os que estão a sua volta.
Jesus comparou o Reino de Deus à inexplicável colheita feita por um homem que lança a semente na terra. Com esse simples ato, a parte do agricultor está feita. Ele hiberna no inverno, dorme tarde, vai praticar esportes, assiste à televisão, lava roupas, conserta o buraco no telhado. Seja dia, seja noite, a semente lançada germina e brota. Ele não tem a mínima idéia de como isso acontece. A terra faz tudo sem a sua ajuda. Numa manhã ensolarada, ele está pronto para tomar seu farto café, vai até a porta, coça a cabeça olhando para as espigas maduras e faz a colheita. (Mt 4:26-29).
Com a confiança acontece a mesma coisa. Ao longo dos anos, ela se desenvolve e amadurece. Com base na sólida e irrefutável evidência da inabalável fidelidade de Deus, vai surgindo a certeza da credibilidade Daquele que nos ama profundamente. Depois que o agricultor semeia a terra, ele pode dormir tranqüilo, e a terra produz o fruto “de si mesma”. O amadurecimento da confiança acontece do mesmo modo. Assim como a pessoa humilde acha fácil dizer “eu não sei”, o discípulo que confia humildemente, quando lhe pedem que explique a certeza que ele tem do amor de Deus, coça a cabeça e diz: “Não dá para explicar, porque eu simplesmente não sei a resposta”.
O cristão confiante descansa certo de que Deus está dia e noite trabalhando na sua vida. À semelhança do agricultor, ele não é totalmente passivo nem age com presunção. Sabe que sua parte do trabalho depende dele e de mais ninguém, mas tem consciência de que o resultado está nas mãos de Deus, e que o fator decisivo é a graça imerecida. Assim, ele trabalha como se tudo dependesse de Deus e ora como se tudo dependesse dele. Ele aprendeu que a única maneira de não ter sucesso na oração é não orando.
(Brennan Manning, em “CONFIANÇA CEGA”)

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