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quinta-feira, 26 de maio de 2011

REALIZANDO A JUSTIÇA DE DEUS
Nossa tendência é pensarmos: a vida deve ser justa porque Deus é justo. Mas Deus não é a vida. Se eu confundir Deus com a realidade – ao esperar, por exemplo, constante boa saúde – então me coloco na posição de ter uma decepção enorme. A existência de Deus, até emsmo Seu amor por mim, não depende da minha boa saúde.
No deserto do Sinai as garantias divinas de sucesso – saúde, prosperidade e vitórias militares – nada fizeram para ajudar o desenvolvimento espiritual dos israelitas. E a maioria dos heróis do Antigo Testamento (Abraão, José, Daniel, Elias, Jeremias) passaram por tribulações bastante parecidas com a de Jó. Para cada um deles, eventualmente a realidade física parecia apresentar Deus como o inimigo. Mas cada um conseguiu apegar-se a uma confiança Nele apesar das dificuldades. Com isso sua fé deixou de ser uma “fé contratual” – seguirei a Deus se Ele me tratar bem – para ser um relacionamento que podia transcender qualquer dificuldade.
Desafio você a reler de novo a história de Jesus. A vida foi “justa” com Ele? Para mim a cruz acabou definitivamente com a crença enraizada de que a vida será justa. Imagine como Jesus teria respondido a pergunta: “A vida é injusta?” Em lugar algum O encontrei negando a injustiça. Quando Jesus encontrava uma pessoa enferma, jamais fazia uma palestra do tipo: “aceite a vida como ela é”; Ele curava quem quer que O procurasse. E Suas palavras incisivas quanto aos ricos e poderosos de Sua época mostram claramente o que pensava das desigualdades sociais. O Filho de Deus reagiu à injustiça da vida de modo bem parecido como qualquer outra pessoa. Quando encontrava uma pessoa sofrendo, ficava profundamente tocado. Quando Ele própria se defrontou com o sofrimento, retraiu-se três vezes perguntando se havia alguma outra saída.
Deus respondeu à pergunta sobre injustiça não com palavras, mas com uma visita, uma Encarnação. E Jesus oferece uma prova de carne e osso como Deus se sente quanto à injustiça, pois Ele vestiu a “matéria” da vida, a realidade física no que tem de mais injusto. Ocorreu-me, enquanto lia os Evangelhos, que, se todos nós cristãos gastássemos nossas vidas tal como Ele fez – ministrando aos doentes, alimentando os famintos, resisitindo aos poderes do mal, consolando os enlutados e levando as Boas-Novas de amor e perdão – então talvez a pergunta “Deus é injusto?” não fosse feita hoje com tanta urgência.
(Philip Yancey, em “DECEPCIONADO COM DEUS”)

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